Registros históricos indicam que, em 1º de novembro de 1501, o cartógrafo e escritor Américo Vespúcio descobriu a Baía de Todos os Santos, assim nomeada pelo costume dos portugueses em dar nome aos acidentes geográficos de acordo com o santo do dia – e na data se celebrava o dia de Todos os Santos.
O perfil geográfico da terra descoberta, com uma extensão territorial de mais de 1.000 km², além de boa largura e profundidade, era exatamente o que buscavam: um ancoradouro natural com características defensivas estratégicas favoráveis para protegê-la.
É assim que a Baía de Todos os Santos cresce e se transforma no berço da civilização ocidental, lusa e cristã nas Américas, tornando-se, no século XVI, o maior porto exportador do Hemisfério Sul. Daqui partiam os produtos primários rumo às grandes metrópoles europeias, do açúcar à prata boliviana. O porto de Salvador logo se transformou no mais movimentado posto do comércio de escravos africanos trazidos de Moçambique, Angola, Congo, Benin (Nigéria), Etiópia e Senegal.
As águas da baía banham 13 municípios que compõem toda uma região conhecida como Recôncavo Baiano. Ali, se concentra uma população com cerca de três milhões de moradores que mantém um passado repleto de fatos históricos e de profundos traços culturais herdados da colonização. Diversas localidades pertencentes à baía mantêm, ainda, as impressões digitais deixadas pelos mestiços brasileiros de origem luso-afro-tupi na época da colonização, observadas nos seus belos solares, igrejas, fortalezas, sedes de fazendas e detalhes da arquitetura da época. Um período de intensa luta contra os percalços da natureza e da busca de aprimoramento das técnicas de navegação, testemunhados, ainda hoje, pelos destroços de naus e galeões naufragados na baía ao longo da colonização.
No século XX, como lugar pioneiro da exploração do petróleo no Brasil e sede da primeira refinaria da Petrobrás, a Baía de Todos os Santos teve a economia do seu entorno profundamente transformada por esses fatores. As atividades de exploração, refino e processamento do petróleo, além da indústria química, petroquímica e de beneficiamento de recursos minerais, são responsáveis por grande parte da geração de riquezas do Estado.