Do século XVI ao XIX
A Baía de Todos os Santos reúne uma exuberância de encantos naturais que poderiam facilmente qualificá-la como um dos mais importantes pontos turísticos do país. Tudo na Baía remete a uma fantástica viagem pela história do Brasil: seu passado, que se mistura aos próprios acontecimentos que marcaram os primeiros anos de colonização; sua reserva florestal, que ainda mantém parte da Mata Atlântica e espécies de frutas e plantas tropicais que foram cultivadas nos primórdios; as profundas raízes culturais, que germinaram do encontro de europeus, índios e negros africanos; e o rico acervo arquitetônico herdado das edificações portuguesas, como as igrejas, os solares e as fortalezas.
A maior baía marítima do país não herdou apenas os valores intangíveis resultantes da sólida combinação de história e cultura. A natureza havia contemplado antes com curvas, pontas, enseadas e morros que dão um toque especial à sua imensidão oceânica, além de um solo fértil e rico em fontes de água doce. Enfim, um ecossistema de imensurável valor ambiental circundado por águas mornas, transparentes e de cor verde-esmeralda. Quase uma utopia.
Do século XX até hoje
Quando se inicia o século XX, encontramos o paraíso descoberto por Américo Vespúcio com inúmeros problemas oriundos da ocupação desordenada, como resultado da ausência de um planejamento que visasse um crescimento natural e autossustentável. Sua beleza natural estava convivendo com vários aspectos negativos da relação do homem com o meio ambiente, principalmente os que envolviam ausência de planejamento econômico-ecológico.
Nessa época, a situação das ilhas era de ampla degradação ambiental e social. A ausência de educação qualificada e o analfabetismo produziam o fenômeno do subdesenvolvimento.
Foi neste contexto, em 1999, que surgiu a Fundação Baía Viva, nascida sob a inspiração de alguns empresários da Bahia. A fim de valorizar um dos maiores e mais representativos cartões postais da história da Bahia e do Brasil, buscaram realizar ações concretas com recursos próprios para a revitalização das relações socioambientais na Baía de Todos os Santos.
As principais ações desenvolvidas pela entidade ao longo dos últimos 10 anos ocorrem principalmente nas Ilhas pertencentes ao município de Salvador, com destaque para a Ilha dos Frades e Bom Jesus dos Passos, que passam por uma ampla intervenção de requalificação urbana e socioambiental.
